Reflexões sobre a maternidade: na ficção e na vida real

Olá, tudo bem?
Faz tempo, né? A vida corrida me afasta da página em branco, que eu gosto tanto por lazer, diversão, desabafo, prazer. Afinal, no meu trabalho, escrevo, edito, escolho imagens, assisto, leio... tudo isso e mais o dia-a-dia e todos aqueles afazeres caseiros e familiares que muita gente conhece, têm me mantido longe daqui.

Não só isso, mas também filmes, séries, novelas, músicas, amigos... Ah, é tanta coisa. Ler e escrever, dois grandes prazeres da minha vida, têm ficado meio de lado.

Um professor, Ronaldo Bressane, na Oficina de Escrita - Contos para o Próximo Milênio - que fiz há alguns anos, dizia que escrever não é só inspiração, vontade. É exercício, prática, revisão, persistência. É um trabalho árduo escrever bem. Bom, pelo menos para alguém como eu, que não cria assim num passe de mágica como a gente acha que os grandes escritores fazem.

Mas hoje veio aquela vontade enorme de escrever. E o assunto é algo que eu conheço bem, um sentimento que me domina mesmo antes de eu saber o que seria. Ser mãe, amar alguém mais do que qualquer outra coisa nessa vida, no mundo. Mais forte que tudo, mais intenso do que qualquer outro.

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Foto Divulgação

A inspiração vem de alguns filmes e algumas mães amigas também. Começando pelo "Bird Box", Netflix, com Sandra Bullock. Assisti no início da ano com minha filha caçula, 14.
Para proteger as crianças, a heroína faz de tudo para que as crianças não vejam nada, pois pela visão, enlouquecem e se matam. Nessa aventura, a personagem de Sandra acaba se tornando uma mãe fria, dura, parece não gostar das crianças. O medo e a necessidade de protegê-las abafa todo o amor, carinho e ternura que existem lá no fundo dela. Durante o filme, o modo com que ela trata essas crianças me incomodou muito. No final, até compreendi, mas aquele gostinho ruim da dor sentida pelas crianças com a sua frieza ficou em mim por uns dias.

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Foto Divulgação

Aí fui ver outra diva de Hollywood no papel de mãe. Tully, estrelado por Charlize Theron, pra mim uma das mulheres mais lindas do mundo. Só que em Tully, não está a diva, femme fatale que a gente vê no comercial do perfume J'Adore. Toda dourada, corpo esguio e brilhante. A foto acima diz tudo, né? Ah, toda mãe entenderá perfeitamente a Charlize nesse filme. Adorei o roteiro. E a atuação dessa bela atriz.

Por último, fiquei curiosa e assisti a "Um Lugar Silencioso". Aqui novamente temos uma mãe pregando o silêncio para proteger seus filhos e família. Que dureza... A heroína é Emily Blunt, a nova Mary Poppins, linda e talentosa. Eu não me lembrava, mas ela era a assistente ciumenta da Meryl em O Diabo Veste Prada, que perdeu o lugar para a Anne Hathaway. Nesse suspense, ela atua ao lado do marido e é dirigida por ele. E pelo que li depois de assistir ao filme, cortou um dobrado para convencê-lo de que daria conta do papel. E deu!
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Foto Divulgação

Bom, acho que essas histórias tão diferentes e fictícias de mães, junto com os meus exemplos reais de amigas e meu também, me fizeram pensar bastante nessa capacidade, ou várias vezes até incapacidade, de se doar para quem a gente ama. Eu confesso que já me peguei muito irritada com as funções caseiras e que são definidas como "de mãe". Cozinhar pros filhos??? Não, eles é que cozinham pra mim. Nunca quis bancar a chata. Mas acabo sendo pedindo pra ir dormir logo, pra se agasalhar, pra não comer só besteira... pra chegar cedo. OU ainda pra se lembrar de fazer isso ou aquilo outro. Sem querer cobrar, eu cobro.

Faço o estilo "mãe que trabalha muito", que não checa a lição dos filhos, que não os ajuda também no estudo, só incentiva.  Sou aquela que adora propor uma comilança, ir ao cinema junto, fazer uma sessão dupla na TV de casa... Ou ainda pegar a estrada com eles, ouvindo música, papeando. Quando eram menores, eu cantava com eles... Misturava todas as letras e músicas, mas era bom.
Até ir ao supermercado com eles é legal. Numa das últimas vezes que fui com meu filho de 18 anos, tiramos fotos, rimos, e no final, na hora de pagar a conta faraônica, brigamos, pois ele achou caro e eu encarei. rs

Hoje me vejo tentando ser a mãe-amiga dos filhos. Mas não rola assim tão fácil. Afinal, já li em diversos artigos sobre maternidade que mãe é mãe, amiga/o é amiga/o. Mas muitas vezes, converso com eles como se fossem meus amigos. E sinto que eles também conversam comigo assim... de vez em quando.

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Tudo isso pra dizer que logo mais meu filho vai passar 6 meses longe de casa. Estou SUPER feliz por ele. Mas agora que faltam poucos, pouquíssimos dias, tô me sentindo meio estranha... meio saudosa. Ele nem foi ainda e já estou abraçando ele o tempo todo. Cruzo com ele na sala, abraço. Na cozinha, abraço. Na porta do banheiro, abraço. Tá hilário!

Só sei que, na vida real ou na ficção, a gente é assim, boba, capaz de qualquer insanidade, loucura, ato ridículo, destempero por causa deles. Né? rs

Beijos,

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