Eu, a maçã, a Mônica. No elevador.


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Essa coisa de admirar alguém, nos filmes, na TV, escritores, professores, é curiosa. 
A gente gosta tanto daquela figura que parece que ela faz parte da família, é amiga, parente, confidente até. 
Mas ela nem sequer imagina quem é essa louca do lado de cá, olhando pra ela e sorrindo com tanta intimidade que a deixa até em duvida, tipo: "ah, será que eu conheço ela de algum lugar e estou me esquecendo?"
Rio sozinha pensando nisso pelos corredores da TV Globo, onde estou trabalhando atualmente. 
Hoje cedo, ao sair do elevador, dei de cara com o homem que quando me formei era meu sonho pra marido. Jornalista, engajado, inteligente e lindo! A Giulia Ganhou a parada na época. Nem era tão bonita, mas atriz, sabe como é.
De volta a hoje de manhã, já tinha visto ele sim, uma ou duas vezes no restaurante e no corredor. Só que hoje quase tivemos uma conversa... se é que me entendem! Ele estava falando e, quem conhece, sabe, sua voz é forte e inconfundível. O Bradesco que o diga! 
Enfim, passei, ouvi tentando disfarçar e quando já estava na metade do corredor, olhei pra trás. Uau, ele estava sozinho e olhou pra mim. Ou na minha direção. Enfim, só tinha eu ali no corredor, foi um olhar automático. Ah, mas quando a gente admira alguém... tenho uma amiga que toda vez que me encontra fala dele, "o homem da sua vida!" Kkk, da dela e de mais da metade da população feminina do Brasil.
Mas esse texto nem era pra falar dele. E sim DELA. Não viaje! Sou hetero. 
Mas tem algumas profissionais da minha área que também viraram uma referência pra mim. A Monica é uma delas. Não tenho muitas... Marília, Bárbara, Amanpour... que eu lembro assim, de bate pronto, são elas. 
Também já tinha visto pelos corredores, na redação... Eis que ontem, depois de ficar à tarde toda pesquisando pra fechar um roteiro sem chegar a conclusão satisfatória, dou uma olhada na TV da redação e lá está ela, ao vivo, comentando algo que não consegui ouvir. Já era meio tarde, resolvi ir pra casa. A fome apertou e descobri uma bela maçã na gaveta. Apesar de estar sempre tentando ficar na dieta, não amo maçãs. Afinal, elas e o velho e insosso filé de frango grelhado são o casal infalível na guerra contra a obesidade! A essa altura da minha vida e 1959 dietas depois, traumatizei. Mas ali, com fome e pressa de ir pra casa, a maçã foi a solução! Caminhando em direção ao elevador, fui abocanhando a tal redonda e vermelha fruta, como se estivesse com uma coxa de frango daqueles filmes de bárbaros que comem e se lambuzam, alla Asterix Obelix!
Entrei no elevador pra garagem e dei mais uma mordida barulhenta.  Antes da porta se fechar, ela entra meio correndo! 
Uau, falei em voz alta e continuei em voz alta. Que vergonha, eu aqui comendo uma maçã no elevador com vc, sou sua fã! Me desculpe! Ela riu e disse: Imagina, a vida da gente é assim mesmo, né? Encabulada, ofereci minha maçã toda mordida e ela, ainda sorrindo, agradeceu e foi embora. 
Que vexame. Quem poderia imaginar eu, a maçã, a Monica. No elevador. Que saia justa! 

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