O ano começou com diversas resoluções. Mas na prática, uma delas está dominando todo o resto.
Muita gente torce o nariz quando se fala em meditação. Eu talvez já tenha tido essa atitude diante da tal prática que a cada dia que passa, um amigo a mais adota e defende fervorosamente.
Eis que apareceu uma oportunidade para que eu experimentasse meditar. Um curso, uma oficina, encontros gratuitos às terças, pertinho de casa. Me inscrevi num impulso. E fui.
Logo na primeira aula, o tema central foi a presença. Não uma presença divina, nem alheia a minha pessoa. A minha presença. Estar presente. E aí eu aprendi que para deixar alguém falando sozinho bastam 5 segundos! Ri mentalmente ao ouvir isso e imediatamente me dei conta do quanto eu fiz e ainda faço isso.
Sem culpas, diz a professora. Afinal, não sou a única. Todo mundo se desliga, é natural. A mente é livre, ela pode sim dispersar. Não é nenhum pecado.
Mas eu gostaria muito de conseguir ficar presente completamente em diversos momentos do meu dia-a-dia. Bingo. Estou no lugar certo.
De cara, visualizo uma situação cotidiana onde escapei. Ou melhor, usando o termo da meditação, "afundei" enquanto uma pessoa importante pra mim me dizia algo. Vontade de me desculpar. Me desculpei. Mas sem culpa. A intenção foi mesmo de dizer que eu queria ficar atenta, com ele até o fim. Não consegui. Minha mente viajou.
Segunda aula: emoções. Vixe, aqui a coisa se complica. Mas olha só, ela traz os deliciosos personagens do "Divertidamente", da Pixar, que eu adoro. No ato da explicação sobre o Atlas das Emoções, do Paul Ekman, já reconheci outra situação que se encaixa perfeitamente aqui: o tal "gatilho", um botão que outra pessoa apertou em mim e me tirou do sério, do chão, me transformou numa louca, descontrolada. Nas palavras da professora: "esquece, vc não vai conseguir se controlar depois que o outro apertou o tal botão. A comparação é quando fica bêbada, fora de controle, não se responsabiliza mais por nada que diz ou faz!"
Pois é... nunca pensei em gatilho dessa forma, mas aí está. Quantos vou descobrir e terei que bloquear para não enlouquecer a cada instante?
E os botões, será que virei um casaco antigo recheado de casas vazias... esses botões todos esperando que alguém tente abotoá-los? Rio sozinha.
Claro que esse Atlas das Emoções me fascinou. Raiva, nojo, alegria, medo e tristeza. O psicólogo Paul Ekman estudou expressões
faciais de milhares de pessoas de diversos países durante 40 anos em
que foi professor da Universidade da Califórnia para chegar nisso. Pra ele, as emoções são reações psicofisiológicas
não conscientes, desencadeadas por fatores ambientais que, ao longo da
evolução ou da nossa história de vida, aprendemos a interpretar como uma
ameaça ou não para o nosso bem-estar. Por exemplo, medo é base de outros
processos muito mais complexos e que envolvem todo o organismo, como o
estresse e a ansiedade.
Esse mapa criado pelo Ekman distingue gatilhos
universais e culturais das emoções e detalha como elas alteram o humor
em cada situação.O termo gatilho está me intrigando. Afinal, é um pontinho que desencadeia uma emoção, e outra e outra e outra.
Uau, quanto ainda tenho que aprender sobre mim e sobre o funcionamento da mente. Nunca é tarde, não é mesmo?
Se você aí que está do outro lado já está familizarizado/a com seus gatilhos, emoções etc, deixe um comentário, me conte sua experiência. Vamos abrir um fórum a respeito.
Beijos!
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